quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

[PLMC] Extra - Yiyun Li




  O referido conto está no livro Tempo De Boas Preces, que, confesso, comprei por causa da capa e do título, nem sabia que se tratava de uma coletânea de contos.





  A história é bem simples, temos Vovó Lin, uma mulher com cerca de 50 anos que não  percebeu a passagem do tempo.
"Vovó Lin se torna esposa, mãe e avó. Não consegue mais lembrar em que ano de sua vida deixaram de chamá-la de Tia Lin para chamá-la de Vovó Lin; as pessoas pensam que as mulheres solteiras envelhecem mais depressa. Mas isso não tem mais importância, porque ela se sente bastante qualificada para aquela sua posição."




   Vovó Lin acaba em um casamento arranjado com um homem bem mais velho, pois ele necessita de cuidados e atenção que seus filhos não estão dispostos a dar, ela acaba se afeiçoando ao homem, mas não tem uma vida de casada com ele, seria mais uma vida de enfermeira. Quando o homem morre os filhos mexem os pauzinhos para que ela não receba a parte da herança que caberia a ela como esposa do falecido, além de colocarem-na no olho da rua.


  desamparada, sem família, trabalho, dinheiro nem oportunidade, ela vai migrando de emprego a emprego, fazendo de tudo e jamais sendo reconhecida.

"'A felicidade do amor é um meteoro que passa chispando; a dor do amor é a escuridão que vem a seguir.' Uma menina passa por Vovó Lin na rua cantando sozinha com uma voz melodiosa. Vovó Lin tenta alcançá-la; mas esta avança depressa demais, e a canção também. Vovó Lin põe a bolsa de lona no chão para recuperar o fôlego, ainda segurando na outra mão a marmiteira de aço inox. Todas as pessoas na rua parecem saber aonde suas pernas as estão levando. Vovó Lin se pergunta quando deixou de ser uma dessas pessoas."
  Como você deve ter percebido é uma história triste, onde também podemos ver o preconceito que domina a sociedade, como pré-julgamos as mulheres de forma geral, mas principalmente quando são de uma idade um pouco avançada, solteiras e pobres. O conto me fez pensar bastante o quanto as pessoas se aproveitam de outras, ah, você está trabalhando nessa loja então vou experimentar todas as calças e depois você dobra tudo de novo porque não vou levar nada... trabalhando no comércio vejo muito disso.
  Até que ponto estamos sendo justos com o próximo, será que não temos maturidade o suficiente para desenvolvermos um pouco de empatia?
  Adorei a escrita da autora, mal posso esperar para ler o restante dos contos.


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