quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

[Opinião] Divã - Martha Medeiros #200


Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 214

Quote:
Não chego a temer a loucura, no fundo ab gente sabe que ninguém é muito certo. Eu tenho medo é da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade, pelas respostas."

Sinopse:
  Mercedes é uma mulher com mais de 40 anos, casada, mãe de três filhos, professora e artista plástica nas horas vagas, que recorre à ajuda de um psicanalista num momento crucial de sua vida: apesar de ter cumprido muito bem o papel que a sociedade esperava que desempenhasse, ela sente um vazio inexplicável. Deitada em um divã, vai em busca de emoções e desejos até então adormecidos.
  Neste livro, Martha Medeiros cria, com extrema delicadeza e humor, uma mulher de váriaos matizes, que precisa se confrontar com todas as suas versões para aproveitar a liberdade que só a idade madura proporciona.
   Divã ganhou adaptações para teatro e cinema, com Lila Cabral como protagonista, e se tornou um grande sucesso de público e crítica.

Opinião:
  Vi uma entrevista da autora onde ela dizia que não se acha uma grande romancista e um dos sonhos dela é saber escrever ficção melhor do que ela sabe.
  Se você acompanha o blog a um tempo, sabe do meu declarado amor por essa gaúcha, que até então só conhecia por suas crônicas. E a meu ver a ficção dela não é ruim, talvez um pouco mecânica, se é que posso usar essa palavra, e seu romance pareceu muito uma coletânea de crônicas, eu adoro a forma como ela escreve, então isso não me incomodou.
  O livro é um monólogo, nossa protagonista está fazendo análise, mas parece mais que ela está se analisando, na verdade fazendo uma autoanálise, ela altera suas seções com desabafos melancólicos, críticas ferrenhas ao modo de vida dela mesma e das pessoas que as cercam e discursos reflexivos, acho que o analista saia das seções se sentindo bem melhor.
    Mercedes não é um exemplo a ser seguido, e passou longe de ser uma personagem carismática, a autora quis colocar todas as crises possíveis na personagem no decorrer da história e ela meio que engloba toda e qualquer pessoa que vá ler o livro, o que, até certo ponto, é uma boa característica, mas o livro não funciona muito bem como um romance, pelo menos não funcionou para mim.




  Mas é claro que a autora esbanja sabedoria e experiência de vida nas páginas, então decidi encarar como mais uma coletânea de contos e foi tudo lindo.
  A edição da Alfaguara está de parabéns, pra variar, a leitura é fluida, mas se torna ainda mais pela excelente diagramação, obviamente feita para tornar o livro um pouco mais grosso, com vasto espaçamento e letra gigantesca.




  Em suma, não morri de amores pelo livro, mas aproveitei a leitura de uma forma diferente da que eu esperava.

Apesar de não ter sido tão excepcional no que se propôs ele é bastante reflexivo e envolvente

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